Posso perder o meu PPR com esta crise?

Composição de um PPR

Antes de nos debruçarmos sobre a forma como uma crise financeira pode influenciar o seu PPR, importa perceber detalhadamente, em que é que este consiste.
Um Plano Poupança Reforma consiste numa poupança entregue pelo investidor a uma instituição que o irá gerir por si, tendo como referência um horizonte temporal longo. Normalmente este investimento passa pela aquisição de um conjunto de participações em empresas, bem como, obrigações, com vista a procurar uma valorização estável e segura ao longo do tempo. Este investimento é baseado em diversos indicadores e estudos efetuados pela equipa gestora que vai identificando as melhores oportunidades.
Posto isto, sendo um PPR composto por obrigações e ações, tendo em conta que o mercado acionista tem registado desvalorizações significativas por todo o Mundo, é legitimo perguntar, “O meu PPR está seguro ou estou em risco de perder capital?”.

Os ciclos económicos

O carácter de longo prazo que reveste o investimento num PPR é o motivo pelo qual é possível afirmar que o seu Plano Poupança Reforma não está em risco.
As crises financeiras estiveram sempre presentes nas economias mundiais. Foi em 1819 quando Jean Charles Léonard de Sismondi sugeriu, pela primeira vez, que as economias são cíclicas e que as crises fazem parte destas e não apenas uma consequência de guerras (como se acreditava até aí).
Atualmente, o carácter cíclico das economias é um aspeto amplamente aceite. Destas, fazem parte, períodos de expansão, bem como períodos de contração. Apesar dos motivos que os causam poderem ser diversos, acredita-se que as emoções humanas também acabam por ter um papel fundamental.

Com base nesta teoria globalmente aceite, podemos concluir que desde que exista um prazo suficientemente longo, todas as crises são ultrapassadas e um novo período de crescimento tem lugar.
Como uma das características distintivas dos Planos Poupança Reforma é o investimento de longo prazo, pode-se afirmar que as crises económicas acabarão por ter um impato muito reduzido quando chegar o momento da sua reforma.

Riscos de perda nas crises económicas

Apesar do exposto anteriormente, obviamente não significa que nunca se possa perder dinheiro nos mercados financeiros. Um investidor que decida fazer parte da estrutura acionista de uma empresa ou adquira obrigações da mesma, tem sempre alguma probabilidade de uma crise económica (ou outro motivo) levar à falência da empresa em causa. Para um particular isso pode significar a perda de uma parte substancial, ou total, das suas poupanças.
O investimento num Plano Poupança Reforma, por seu lado, reveste-se de características diferentes do exemplo acima. Desde logo porque o seu capital é gerido por uma equipa de profissionais com acesso a informação, estudos e auditorias especializados. Além disso, é utilizada bastante diversificação, o que permite que mesmo que ocorram eventos de falência, no saldo global da carteira do PPR não são de esperar consequências drásticas. A adicionar a isto há ainda o acesso a veículos de investimento que muitas vezes estão disponíveis apenas para clientes institucionais e não particulares

Oportunidade de reforço

Ao contrário do que se possa pensar, a história ensina-nos que nos momentos de crise é mais inteligente reforçar investimentos, do que resgatar os mesmos. Tal como já foi referido, os momentos de contração económica precedem períodos de expansão e crescimento das economias. Assim, a seguir a quedas acentuadas são esperados períodos de valorização generalizado nos mercados financeiros. Seguindo a lógica de “comprar barato e vender caro” podemos assim encontrar-nos num momento propício para “comprar barato”.
Se dispõe de alguma liquidez pode assim estudar opções para investir brevemente parte do seu capital num PPR. A DECO publica com frequência análises a este tipo de produtos no seu site oficial em https://www.deco.proteste.pt/investe.

Conclusão

O carácter de investimento altamente diversificado e virado para o longo prazo que caracteriza os Planos Poupança Reforma permite-lhes conferir uma robustez substancial para enfrentar períodos de crises económicas. Apesar de atualmente se assistir a uma desvalorização generalizada de diversos ativos, é de esperar que que este período acabe por passar e as perdas sejam recuperadas. É isso mesmo que a teoria dos ciclos económicos, hoje em dia largamente aceite, permite concluir.
Se por um lado não é prudente fazer neste momento resgates antecipados (incorrendo em perdas e penalizações) pode ser inteligente fazer precisamente o contrário: reforçar o seu PPR. Desta forma, aproveita os benefícios fiscais em vigor e pode obter um rendimento extra para a sua reforma.